sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Naquele dia ele acordou mais tarde, era a primeira vez em anos que se permitia dormir além das oito da manhã. Da sala de música podia ouvir o piano de Ana, mas não conseguiu definir o que ela tocava.
A porta do quarto se abriu lentamente e sua boxer entrou eufórica, a calda agitada e um sorriso canino que dizia “bom dia!”
Depois de tantos conflitos, pareciam-lhe estranhos os acontecimentos daquela manhã. Música suave, preguiça, alguns feixes de luz que a cortina não pôde conter e a alegria de sua cachorra que há tantos meses não afagava.
A lembrança dos tiros e dos gritos dos soldados ficava cada vez mais distante. Até quando poderia viver assim, em pleno estado de tranqüilidade? Como em um comercial de margarina que entedia até as hordas celestiais?
Olhou para estante e viu sua Leica repousada, pensou que não queria uma camada de poeira sobre seu instrumento de trabalho.
A cadela parecia agitada, ia de um lado a outro do quarto, o rabo a balançar frenético e a língua de fora. “Buzina, por favor, fique quieta! Tenho uma ereção matutina maravilhosa e estou tentando me concentrar.”
Ela parou, levantou as orelhas e pendeu a cabeça para o lado. Como que para melhor focar o homem que tinha a sua frente. “O que você quer garota? Procure ser objetiva, estou habituado ao pragmatismo das guerras!” Ela saiu e neste instante Ana apareceu na porta, usava uma pantufa de bichinho e vestia um baby doll cor-de-rosa. “Bom dia docinho, temos cookies e chá de camomila para o café da manhã!”
“Droga, uma ereção destas e esta cachorra me interrompe”, pensou.
Buzina voltou com a guia de passeio entre os dentes. “Querida façamos assim, nós vamos caminhar enquanto você come os cookies ok?”
(...)
“Mas querido, por que levar uma mochila tão grande?”
“Tenha Santa Paciência Ana, nunca sabemos quando vai estourar uma revolução neste país não é?! Vamos Buzina!”
A porta do quarto se abriu lentamente e sua boxer entrou eufórica, a calda agitada e um sorriso canino que dizia “bom dia!”
Depois de tantos conflitos, pareciam-lhe estranhos os acontecimentos daquela manhã. Música suave, preguiça, alguns feixes de luz que a cortina não pôde conter e a alegria de sua cachorra que há tantos meses não afagava.
A lembrança dos tiros e dos gritos dos soldados ficava cada vez mais distante. Até quando poderia viver assim, em pleno estado de tranqüilidade? Como em um comercial de margarina que entedia até as hordas celestiais?
Olhou para estante e viu sua Leica repousada, pensou que não queria uma camada de poeira sobre seu instrumento de trabalho.
A cadela parecia agitada, ia de um lado a outro do quarto, o rabo a balançar frenético e a língua de fora. “Buzina, por favor, fique quieta! Tenho uma ereção matutina maravilhosa e estou tentando me concentrar.”
Ela parou, levantou as orelhas e pendeu a cabeça para o lado. Como que para melhor focar o homem que tinha a sua frente. “O que você quer garota? Procure ser objetiva, estou habituado ao pragmatismo das guerras!” Ela saiu e neste instante Ana apareceu na porta, usava uma pantufa de bichinho e vestia um baby doll cor-de-rosa. “Bom dia docinho, temos cookies e chá de camomila para o café da manhã!”
“Droga, uma ereção destas e esta cachorra me interrompe”, pensou.
Buzina voltou com a guia de passeio entre os dentes. “Querida façamos assim, nós vamos caminhar enquanto você come os cookies ok?”
(...)
“Mas querido, por que levar uma mochila tão grande?”
“Tenha Santa Paciência Ana, nunca sabemos quando vai estourar uma revolução neste país não é?! Vamos Buzina!”
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
P. Neruda
"O homem gostaria de ser peixe ou pássaro,
a serpente gostaria de ter asas e o cão é um
leão confuso...
Mas o gato quer ser somente gato, e todo
gato é um puro gato desde o bigode ao rabo!"
a serpente gostaria de ter asas e o cão é um
leão confuso...
Mas o gato quer ser somente gato, e todo
gato é um puro gato desde o bigode ao rabo!"
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